A fugitiva
Tomei um taxi na Avenida Ipiranga, pedindo para ir até a Rua
da Consolação. Era fim do dia. Já estava escurecendo. Depois que passamos do Cemitério,
o motorista, sorrindo me disse, “Ainda bem que o senhor está aqui do meu lado.”
Então lhe disse que não entendera. Ele então
contou que, faz uns três anos apanhou uma mulher também na Ipiranga que também pediu
para ir até a Consolação.
Era domingo. Não havia movimento algum, estava garoando e
anoitecendo.
Ela sentou no banco de trás, e não ao lado dele, como eu
fiz. E, quando ele chegou no Cemitério, parou no semáforo de pedestres que tem
em frente ao portão, porque o sinal fechara. Depois, seguindo adiante, se virou
para perguntar à mulher onde ela iria ficar. Mas, para sua surpresa, a dama não
estava. Imediatamente parou, para ver se ela tinha caído entre os banco...nada.
Ficou irritado, acreditando que ela fugira sem pagar a
corrida. Porém também ficou matutando. Como ela teria descido do carro sem
fazer barulho? Será que ela tinha mesmo subido no carro? Pois estava cansado.
Trabalhava desde a madrugada, estava com sono. Preferiu acreditar que tudo não
passou de imaginação.
Mas toda vez que passa em frente ao Cemitério da Consolação
se lembra do ocorrido, que prefere acreditar que não aconteceu.
Mas...eu fora até a Consolação, para chegar na Livraria Comix Book
Shop, que fica na sua travessa, a Alameda Jaú. Fui em busca de obras em quadrinhos,
claro. E, xeretando as prateleiras, não pude deixar de adquirir, o singelo álbum
de Gustavo Duarte, Taxi. (FR)
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