quarta-feira, 24 de maio de 2017

A fugitiva

Tomei um taxi na Avenida Ipiranga, pedindo para ir até a Rua da Consolação. Era fim do dia. Já estava escurecendo. Depois que passamos do Cemitério, o motorista, sorrindo me disse, “Ainda bem que o senhor está aqui do meu lado.” Então lhe disse que não entendera.  Ele então contou que, faz uns três anos apanhou uma mulher também na Ipiranga que também pediu para ir até a Consolação.
Era domingo. Não havia movimento algum, estava garoando e anoitecendo.

Ela sentou no banco de trás, e não ao lado dele, como eu fiz. E, quando ele chegou no Cemitério, parou no semáforo de pedestres que tem em frente ao portão, porque o sinal fechara. Depois, seguindo adiante, se virou para perguntar à mulher onde ela iria ficar. Mas, para sua surpresa, a dama não estava. Imediatamente parou, para ver se ela tinha caído entre os banco...nada.
Ficou irritado, acreditando que ela fugira sem pagar a corrida. Porém também ficou matutando. Como ela teria descido do carro sem fazer barulho? Será que ela tinha mesmo subido no carro? Pois estava cansado. Trabalhava desde a madrugada, estava com sono. Preferiu acreditar que tudo não passou de imaginação.

Mas toda vez que passa em frente ao Cemitério da Consolação se lembra do ocorrido, que prefere acreditar que não aconteceu.

Mas...eu fora até a Consolação, para chegar na Livraria Comix Book Shop, que fica na sua travessa, a Alameda Jaú. Fui em busca de obras em quadrinhos, claro. E, xeretando as prateleiras, não pude deixar de adquirir, o singelo álbum de Gustavo Duarte, Taxi. (FR)

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